Como conseguir encontrar o equilíbrio ao longo da
vida? Quem disse que deve encontrá-lo? Deixe de lado essa ideia de encontrar o
equilíbrio.
Cada um de nós acredita falar coisas inéditas ou enfrentar problemas nunca acontecidos, mas, na maior parte das vezes, não é assim: muito daquilo que falamos e dos problemas que acreditamos ter à nossa frente são o resultado da nossa imaginação, construídos por nós, com a nossa mentalidade. “Sem perceber, falamos coisas que já ouvimos várias vezes e que, na verdade, não nos envolvem realmente: nos tornamos únicos quando paramos de dizer coisas óbvias”, explica o psiquiatra Leonard Verea, do Instituto Verea.
Os conflitos, as crises que vivemos, nunca dependem do externo. “As pessoas não vivem mal devido aos problemas conjugais, profissionais, sociais – as pessoas vivem mal porque param de usar a própria sabedoria, de ouvir o próprio ‘eu’. Quanto mais olhar para fora de si mesmo, mais a dor fica. Se procura as causas e as soluções do lado de fora, onde elas não estão, a dor não vai deixar de se manifestar”, observa Leonard.
Acostumamos-nos a buscar resposta de fora para dentro, um remédio milagroso, um tratamento resolutivo, porque é muito mais fácil deixar ao externo a responsabilidade de enfrentar e resolver nossos conflitos e problemas do que buscar as respostas e soluções de dentro para fora, lutando contra as nossas resistências e os nossos mecanismos de defesa.
Não faça debates consigo mesmo, perceba o que acontece e espere: a sua mente, o seu inconsciente sempre sabe o que é o certo para você. Aprenda a se deixar levar, a ouvir a voz da sua alma.
A percepção muda a nossa vida
Se o olhar é preso por aquilo que acontece do lado
de fora, não vai conseguir: o lado de fora não tem soluções, somente ilusões. “Olhe
ao seu redor e depois olhe o seu interior, agora. Encontre a sua alma, perceba
o seu interior, agora. Não o que sentiu até duas horas atrás, ou o que vai
sentir daqui a pouco: aqui e agora” ressalta o psiquiatra.
Isso significa conseguir estar consigo mesma, em contato com a sua alma. “Confie no seu “eu”, no seu lado interior, que ajeita as coisas. O exterior se modifica com o interior. Não adianta ser sempre proativa e tentar buscar o equilíbrio, adianta se deixar levar e sentir o que vem de dentro. Fique com a sua indecisão sem tentar mudá-la: quando esse sentimento aparece, significa que é necessário viver esse momento, sem reagir, e que a indecisão tem uma função, mesmo que você ainda não saiba qual é. A sua alma, a sua essência, sabe o que é bom para você. Aguarde e vai conseguir sair dos problemas” diz.
Resumindo algumas dicas práticas:
Como posso saber o que é o melhor para mim? Como resolver situações sentimentais complicadas? Como solucionar as dúvidas sobre qual é o melhor caminho a tomar? Como se superam a ansiedade e a insegurança?
Primeiro: perceba o problema e observe a sua afirmação, ou seja, o que deseja que aconteça. Por exemplo: gostaria de deixar meu marido, quero mudar de emprego, ou não gostaria de deixar meu marido, não quero mudar de emprego.
Segundo: não tenho nada a me dizer, nenhuma resposta.
Terceiro: me condiciono como se vivesse em um outro tempo: como vestir essa pessoa (eu), quem gostaria que ela encontrasse hoje? Como gostaria que fosse paquerada? Onde gostaria que ela fosse? Que atividade acho que a faria feliz?
Nesse momento, e somente nesse momento, começam a surgir conhecimentos que nunca imaginava possuir, emoções que nunca percebeu conseguir sentir... E as soluções, as respostas se impõem sozinhas, sem que você tenha nada a resolver!
Quando encontrar as respostas, mude! Coloque em prática essas mudanças, um pouco por vez, não pode ser tudo de uma vez, senão explode.
Simplifique! Deixe-se levar!