É uma doença
psiquiátrica que pode ser vista como o último degrau de um processo evolutivo
que inclui insegurança, medo, fobia e depressão. O diagnóstico é feito por meio
dos sintomas que o paciente apresenta e o mais característico e intenso é a extrema
ansiedade. Uma outra característica é a sensação de morte eminente, o paciente
se sente impotente ao extremo, inseguro ao extremo, ansioso ao extremo, achando
que está morrendo. Essa sensação faz com se esconda, se isole no canto mais
escuro do quarto dele. É uma pessoa que vive mal. Como sintomas, o paciente
somatiza uma série de sensações, como taquicardia, sudorese, só de pensar na
possibilidade de se expor ele começa a somatizar essa forma tão extrema e exacerbada.
- Quais são os fatores/causas mais comuns que desencadeiam o
problema?
Aparentemente, na maior
parte das vezes não há causa, o desencadeamento da crise é repentina e
inesperada, pega o paciente despreparado para isso. Na realidade, são situações
mal resolvidas e não resolvidas que foram se acumulando ao longo dos anos,
assim como o acúmulo da ansiedade que desencadeia dessa forma. O paciente tem medo
de tudo. Não consegue fazer nada, principalmente sozinha.
- Há pessoas que são mais suscetíveis a ter a doença?
Sim,
minha experiência prova que pessoas mais sensíveis são mais suscetíveis, elas
sentem muito mais as variações emocionais que acontecem ao redor dela. É comum
que as pessoas que sofram deste problema sejam extremamente produtivas, que
acumulem funções, assumam grandes responsabilidades e sejam perfeccionistas,
muito exigentes consigo mesmas e que não costumam aceitar bem os erros ou
imprevistos, pois, como conhecem sua capacidade, não se permitem estar na
média. Para tais pessoas, estar na média seria ser medíocre. Precisam sempre do
lugar de destaque, primeiro por reconhecerem que podem responder com eficácia a
qualquer coisa que se proponham a fazer, pois são inteligentes e persistentes o
suficiente para isso. Em segundo lugar, por ocuparem posições de destaque em
quase tudo durante a vida, as pessoas à sua volta acabam criando uma
expectativa de sucesso para elas.
- Existe prevenção?
A prevenção existe a
partir do momento em que a pessoa aceita sua fragilidade com uma certa
antecedência e busca ajuda profissional. Quando a pessoa começa a viver casos
de depressão, ansiedade, picos de altos e baixos de insegurança e indecisão e
percebe que precisa de ajuda, ela não chega ao nível de Síndrome do pânico,
pois só a ajuda já é suficiente para amenizar os conflitos internos e não
desencadear os extremos. A partir do momento em que eu busco ajuda, eu não
estou mais me escondendo. Saber que tem um espaço disponível com uma pessoa
disponível e atenta naquilo que você está falando, acolhedora, já faz com que a
pessoa se sinta mais a vontade na busca da solução dos problemas. O processo
terapêutico precisa ser um processo acolhedor.
- Quais são os tratamentos possíveis? É a base de remédios (que tipo de medicamento).
E as terapias, quais são as mais indicadas?
As terapias são
indicadas sempre, porque durante o processo terapêutico, o processo passa por
um amadurecimento e por uma compreensão das causas e efeitos do que lhe aflige.
Às vezes há necessidade de medicamento para corrigir alterações bioquímicas que
possam ter se criado, para dar um suporte maior, um empurrão. Se a síndrome já
se desencadeou, há a junção de terapia mais medicamento. Uma outra terapia é o
processo terapêutico que se utiliza da hipnose terapêutica para uma busca mais
intensa e profunda do que está acontecendo e uma eliminação mais rápida dos
efeitos que lhe faz sofrer. Hoje em dia, de uma forma geral, os processos
terapêuticos mais utilizados são a base de cognitiva comportamental, e a hipnose
é uma ferramenta altamente eficaz que se propõe a buscar no inconsciente as
"causas" da fobia para extingui-la definitivamente. A hipnose
terapeutica permite que uma pessoa em estado alterado de consciência possa ter
acesso a recordações de situações anteriores, sem perder a consciência, porém,
com a concentração focalizada, o que não deixa que elementos externos
interfiram no processo hipnótico. O inconsciente não está limitado pela lógica,
espaço e tempo, podendo lembrar-se de tudo. A mente pode comentar, criticar,
censurar e a pessoa não perde o controle do que diz. Neste estado alterado de
consciência é que a pessoa resgata lembranças que possam estar influindo
negativamente na sua vida presente e que, provavelmente, seja a fonte de seus
problemas.
- Em geral, quanto tempo dura o tratamento? A pessoa fica totalmente curada? Ou terá de conviver com esse fantasma para sempre?
Na relação causa efeito,
resolvendo a causa, o efeito deixa de existir, é muito difícil fazer um
prognóstico se a pessoa vai ficar totalmente curada ou não, o intuito do
processo terapêutico é que se resolva tudo, e a volta do paciente ao convívio
social de forma plena e satisfatória. O processo leva , normalmente de 6 meses
a um ano. O que determina também a duração é a rapidez/dificuldade de enfrentar
os mecanismos de defesa e as resistências da mente do paciente.
- O que a diferencia da depressão? Ou Síndrome do Pânico é um tipo de depressão?
A depressão é uma fase
anterior ao do pânico, caracterizada múltipla sensação da impotência. Já a
síndrome do pânico é a sensação de morte eminente.
- Os sintomas são apenas psíquicos/comportamentais ou podem haver sinais físicos? Quais?
Sim, é caracterizada por
crises súbitas de depressão e ansiedade que duram entre 10 e 20 minutos e geram
sensações de desmaio, vertigem, taquicardia, suor, enjôo, entre outras
- Homens e mulheres estão igualmente suscetíveis? Se não, porque isso acontece?
São igualmente sensíveis.
SERVIÇO:
Dr. Leonard F. Verea – médico psiquiatra formado pela Faculdade
de Medicina e Cirurgia de Milão, Itália. Especializado em Medicina
Psicossomática e Hipnose Dinâmica. Especialista em Medicina do Trabalho e
Medicina do Tráfego. É membro de entidades nacionais e internacionais. Atua
como diretor do Instituto Verea e da Unicap.
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