Aumento de pressão faz pessoas
procurarem mais por remédios
A venda de calmantes e antidepressivos aumentou
8,4% em quatro anos em todo o Brasil, de acordo com o levantamento feito pela
consultoria IMS Health. Foram considerados os remédios com princípios ativos
normalmente prescritos por médicos para essa finalidade, sem ser considerada
apenas a indicação terapêutica da bula.
Segundo dados, em 2009, foram vendidos 49.629
milhões e, em 2013, 53.819. Uma das classes mais vendidas, com o princípio
ativo clonazepam (que inclui o calmante rivotril), subiu de 17.418 milhões para
22.158. Uma pesquisa recente divulgada pela Associação Brasileira das
Indústrias de Medicamentos Genéricos ainda mostra que o rivotril foi o remédio
mais prescrito pelos médicos entre fevereiro de 2013 e o mesmo mês deste ano.
O consumo deste tipo de medicamento tem aumentado
por causa dos desafios, cada vez maiores, que a sociedade impõe, elevando o
nível de ansiedade nas pessoas. Esse número só diminuirá se tivermos mais
possibilidade de oferecer outros tratamentos que fortaleça os indivíduos para
lidarem melhor com isso.
As pessoas têm procurado cada vez mais ajuda por se
sentirem mal por não atenderem aos padrões estabelecidos pela sociedade. O
aumento nas vendas se explica pela busca de uma vida “pessoal e profissional
perfeita”.
Muitas vezes, as pessoas recorrem aos remédios
para esquecerem seus problemas, para deitarem na cama e não terem que pensar em
tudo o que deu errado. O brasileiro está muito apegado à crença popular de que
tempo é dinheiro e exige resultados muito bons em um curto espaço de tempo.
A cobrança a todo instante não dá tempo para as
pessoas também refletirem o que fizeram de errado naquele dia. Os remédios se
tornam uma forma de antecipar uma felicidade ou tranquilidade que a pessoa
ainda não tem ou que nunca terá.
O crescimento nas vendas pode estar associada ao
aumento dos pacientes com quadros depressivos. Além do uso abusivo pelos
pacientes deste tipo de medicação. Hoje temos uma demanda maior por esses
remédios. As pessoas passaram a procurar os médicos alegando dificuldades para
dormir e relaxar, assim os médicos acabam receitando esses medicamentos.
Muitos médicos de outras áreas acabam receitando
esses calmantes mesmo sem ter base para uma análise psiquiátrica dos pacientes,
na maioria das vezes, eles receitam por pedido dos pacientes.
Consequências para saúde
Os pacientes que usam calmantes devem ser
acompanhados de perto pelos médicos devido à necessidade de reajuste das doses.
Muitos desses remédios provocam tolerância, que consiste em doses cada vez
maiores para diminuir os sintomas da ansiedade. Quando ocorrem efeitos
colaterais ou excesso de tempo de administração, o médico responsável deve
reavaliar e acompanhar de perto constantemente o paciente em consultas para dar
o melhor encaminhamento do caso. Além disso, quando usados de maneira exagerada
e contínua, os tranquilizantes podem condicionar o corpo a depender das
substâncias presentes nos comprimidos. O problema é que quando a pessoa decide
ou é forçada a parar de ingeri-los, mostra sintomas de abstinência, semelhantes
aos processos de desintoxicação de outras drogas.
As pessoas passaram a acreditar que os remédios
podem curar tudo, até mesmo a infelicidade. Tirando os casos especiais de
psicose, especialmente a esquizofrenia, esses medicamentos só servem para
entorpecer e limitar as atitudes e os pensamentos do ser humano. As pessoas que
precisam de rivotril para dormir, por exemplo, tomam algumas gotas do remédio
para “desligarem” da realidade e acreditam que quando acordarem no dia seguinte
tudo estará melhor.
A boa
notícia para quem sofre desses “males da vida moderna” é que já existe um
grande leque de tratamentos. Os remédios - antidepressivos e ansiolíticos - são
uma opção. Entretanto, para quem não quer se submeter às dosagens
medicamentosas, uma excelente alternativa de cura é o tratamento através da
medicina psicossomática e hipnose dinâmica.
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