A hipnose – uma técnica às vezes
confundida com um estado de sono profundo e inconsciência – ajuda em
tratamentos nas áreas médica, odontológica e psicológica
De acordo com a British Medical
Association, hipnose é um ‘temporário estado alterado de atenção do sujeito’,
que pode ser induzido por um operador. Neste momento, é possível acontecer
vários fenômenos, tanto espontâneos como em resposta a estímulos verbais ou de
outra natureza (toques, sons). A hipnose é como uma forma intensa de pensar,
com consequências no corpo e na atividade neural. Por exemplo: se você imaginar
intensamente que ao seu redor está frio, seu organismo reagirá como se
realmente a temperatura estivesse baixa. O cérebro não distingue atenção
concentrada de realidade”, afirma o especialista. Isso, na prática,
significaria entrar em contato direto com as emoções. “É como se abríssemos uma
janela para estabelecer um diálogo com o inconsciente.
Durante muito tempo confundiu-se
a hipnose com sono (até porque a palavra vem do grego hipnos, o deus do sono),
devido ao fato de poder haver um relaxamento físico enquanto a pessoa está em
transe. Também não é um estágio anterior ao dormir. O transe hipnótico é, na
verdade, um estado de consciência alterado, mas simultâneo a um estado natural.
Se quiser, o indivíduo lembra tudo o que acontece ao seu redor durante uma
sessão.
Instrumento terapêutico
Esqueça tudo o que você já viu em
‘shows’ de televisão ou em histórias de cinema, quando o hipnotizado obedece
aos comandos do hipnotizador, fazendo coisas das quais não se lembra depois. A
técnica tem aplicações mais úteis. Hoje ela é usada para diagnósticos e
tratamento em várias áreas. Na psicologia, em registros de pânico, fobia e
depressão, por exemplo; em medicina e odontologia, auxiliando na preparação
para cirurgias e no controle de dores crônicas. Também atua bem nos distúrbios
psicossomáticos, ou seja, aqueles de fundo emocional, como pode acontecer em
casos de alergia, asma, gastrite e até câncer.
A vantagem, de acordo com os
especialistas, é que a hipnose acelera o processo de terapia e encurta o tempo
de tratamento, que varia de acordo com a pessoa e o problema, de uma sessão a
alguns meses de trabalho.
Derrubando mitos... esqueça!
Não há perigo de confessar
segredos sem querer. O paciente hipnotizado é constantemente dono de si, não
diz ou faz coisas que não diria nem faria em estado de vigília.
O hipnoterapeuta não domina a
mente do paciente. Ele é um facilitador, alguém que está ao lado enquanto o
inconsciente da pessoa trabalha.
Não se corre o risco de
permanecer no transe para sempre. Se a pessoa mergulhar em uma experiência
agradável ou num transe mais profundo, o hipnoterapeuta pode deixá-la desta
maneira pelo tempo que achar necessário. Naturalmente, o transe hipnótico se
transforma em sono fisiológico e ela acorda.
Hipnose não é regressão, nem tem
a ver com vidas passadas, se é que existem. É um fenômeno psíquico, um estado
especial da mente que permite ações terapêuticas.
Você não está dormindo...
Saiba o que acontece em uma
sessão de hipnose:
Atualmente quase não se usa mais
o pêndulo para induzir a hipnose. Esse objeto é apenas uma das formas de
‘cansar o paciente’. É mais comum pedir para a pessoa olhar um ponto fixo,
procurar não pensar em nada e relaxar. O olho vai secando e, naturalmente, ela
vai querer fechar os olhos, entrando em transe.
Para induzir ao transe, o
hipnoterapeuta usa a comunicação verbal – através de palavras de
sugestionabilidade que visam as estruturas conscientes da mente do paciente
– ou a comunicação não verbal –
constituída de toques no corpo, sons ou músicas que são dirigidos às estruturas
inconscientes ou analógicas da mente do sujeito.
Esse processo de indução não leva
mais do que cinco minutos.
Ao final da sessão o paciente pode
lembrar de tudo o que se passou; não saber onde está (a sensação é similar à do
sonho) ou ainda esquecer o que aconteceu (essa amnésia pode acontecer por
comando do terapeuta, pela vontade do paciente ou ser espontânea).
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