É fato, no senso
comum, que há pessoas otimistas e pessimistas, avaliadas assim a partir do
comportamento que apresentam. No primeiro caso, eles são mais positivos e
esperançosos; no segundo, negativos e pautados pelo desânimo.
No âmbito da
psicologia, tais características têm relação com a capacidade de lidar com os
instintos de vida e de morte presentes na psique humana. Segundo a teoria
psicanalítica, o homem carrega, dentro de sua estrutura emocional, estas duas
forças – pulsões ou instintos –, havendo uma ambivalência nas dobradinhas
alegria e tristeza, amor e ódio, afeto e agressividade.
Então, na
perspectiva clínica, o otimista teria maior predominância de instintos de vida
e o pessimista de instintos de morte. Ambos ficam fora do campo da consciência
em um primeiro momento, e são estimulados de acordo com as questões culturais,
sociais e familiares.
Além dos pulsões
de vida e de morte, há que se considerar outros fatores, como os fisiológicos:
os níveis de hormônios que regulam o humor, por exemplo. A cultura também
conta: nas muito rígidas, como as japonesas, a vida é encarada com seriedade e
rigor, o que leva a um alto índice de suicídios – e nos mostra a pressão
psíquica que gera comportamentos autodestrutivos.
A questão
ambiental igualmente tem sua parcela de responsabilidade, como as relações no
meio familiar, principalmente as primeiras, com pai e mãe.
Não há como
negar: o otimista vê o horizonte com mais leveza e, na maioria das vezes, tem
mais coragem para enfrentar as dificuldades, criando e percebendo
possibilidades para melhorar sua vida. Eles acreditam mais, aprendem com os
problemas e experiências ruins, tendem a levar uma vida mais saudável e, logo,
ficam menos doentes.
Mas será que o
otimismo, e o seu oposto, perduram pela vida afora? De uma maneira geral, sim.
Indivíduos com comportamentos "para cima" acumulam experiências
positivas desde a infância, assim como maior autoestima. Muito provavelmente
tiveram, no contato com pais e cuidadores, estímulos para uma postura feliz.
Internamente, sua psique e seu processo cerebral estão mais habituados a
produzir mensagens positivas.
E não é só isso:
o otimista saudável apresenta mais condições de perceber o mundo e suas
relações de maneira inteira e realista, sem distorcer o horizonte, assim como
dispõe de um suporte maior para lidar com as vicissitudes sem se sentir
derrotado.
O pessimismo,
por outro lado, dependendo da dimensão, pode trazer prejuízos até físicos,
causando depressão e doenças psicossomáticas ou autoimunes.
É possível que
provoque alterações bioquímicas nas células corporais. Além da baixa
autoestima, a pessoa não se respeita, tem uma autoimagem distorcida,
dificuldades de relacionamento e, consequentemente, uma vida social limitada e
que não a satisfaz”, é preciso ter cautela em ambos os perfis se os mesmos
forem extremados.
Enquanto o
pessimista tende a ver e vivenciar o negativo, o otimista pode vislumbrar tudo
cor-de-rosa e não perceber alguns riscos no dia-a-dia.
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