Só
neste momento, uma em cada quatro pessoas no mundo está com uma sensação de
aperto no peito, sentindo o coração bater mais rápido, com as mãos suando. Na
mente, um medo inexplicável ou preocupação obsessiva com algo que ainda nem
aconteceu. Esses são alguns dos sintomas das crises de ansiedade, um dos
transtornos mentais mais incidentes da atualidade e, assim como os demais,
extremamente cruel. Dependendo do grau, tira o sono do indivíduo, deixa-o mais
predisposto a sofrer de enfermidades cardiovasculares e o priva de sair de casa
quando o medo atinge níveis incontroláveis.
Chegar a esse
nível pode significar que em algum momento você começará a se prejudicar no
trabalho e na vida – se já não estiver se prejudicando. As personalidades
mais pré-dispostas a serem mais ansiosas são as perfeccionistas e
controladoras. Estudos
mostram que a ansiedade é mais frequente do que transtornos de humor como a
depressão. E dados divulgados pelo World Health Mental Survey, ligado à
Organização Mundial da Saúde, revelam um triste panorama para o
Brasil: 20% das pessoas que vivem em grandes metrópoles convivem com ou
tiveram algum transtorno ansioso nos últimos 12 meses.
Manter a ansiedade sob
controle é também importante porque reduz riscos para outras doenças. A
ansiedade consiste em uma resposta natural a uma situação que o corpo considera
ameaçadora que traz ao organismo uma sensação desagradável de que algo muito
ruim está por vir. Junto com essa sensação experimentamos também alguns
sintomas físicos como batedeira no peito, dores na nuca, mãos frias, boca seca,
inquietação, falta de ar, insônia, dor de barriga...
A ansiedade faz com que
nosso organismo libere uma série de substâncias químicas (hormônios e
neurotransmissores). São essas substâncias as responsáveis pelas sensações
desagradáveis que ocorrem durante o período de ansiedade. Embora sejam normais,
são percebidas pelos ansiosos de uma forma ameaçadora e incômoda. O
sentimento é causado, principalmente, pelo estilo de vida atribulado das
grandes metrópoles. O estresse, o trânsito intenso, as pressões profissionais,
os casamentos desfeitos e a falta de dinheiro são os maiores motivadores desta
sensação.
Mas o que fazer quando percebemos que a nossa ansiedade está passando
dos limites aceitáveis?
Entrar por um caminho estreito,
prejudicar soluções, colocar-se em uma gaiola: isso é Ansiedade. “Não aguento
mais” é uma das frases mais faladas por quase 30 % da população. Todos nós
somos um pouco estressados, mas não é difícil mudar os rumos da nossa vida,
pequenas mudanças na forma de pensar e de viver as situações que nos envolvem,
já são suficientes.
É normal na vida querer subir, fazer
carreira, progredir, mas muitas vezes as pessoas não percebem o que deixam para
trás, tudo parece evoluir muito bem, mas sem uma estrutura firme e bem alicerçada,
de repente a pessoa acorda ansiosa, cheio de medos, insegura, inquieta, agitada,
repetindo a fala “não aguento mais”, sem saber a quem recorrer e como resolver.
Uma das falhas mais evidentes nesse
processo evolutivo é a perda da Criatividade, se ela se apaga, se afasta da nossa vida, nenhum
sucesso profissional pode nos compensar. Se não exerce a criatividade, o
cérebro se torna árido e todos os males começam por ai. A pessoa se torna
unilateral, vivendo somente casa, trabalho, sucesso e resultados a alcançar,
esquecendo-se dos hobbies e das diversões que gostava anteriormente. Isso
acontece quando há um desequilíbrio na nossa mente, entre o nosso desejado
inconsciente e o possuído real. A maior parte dos pacientes que sofrem de
ansiedade, quando indagados, relata que perderam as paixões por algo gostoso e
bom na vida antes do problema: por isso estão tão mal. Entraram por um caminho
estreito. A ansiedade aparece para ajudá-los, aparece do mais profundo do
inconsciente para avisar para não deixar de lado a própria essência, a afetividade
que é a base da vida.
Precisamos seguir a nossa intuição,
deixar a energia se manifestar de dentro para fora, ouvir a voz da nossa
consciência. Muitas pessoas sofrem por antecipação, vivem a sensação do “medo
de ter medo“, colocando em ato um processo que chamamos de evitação: por medo
de viver uma crise de ansiedade ou de pânico, a pessoa limita cada vez mais o
próprio raio de ação, evitando todas aquelas situações que considera a risco.
Desenvolve assim o medo de ter medo: isso não ajuda a diminuir os sintomas, mas
pelo contrario, cria outros. Muitos dizem que, vivendo trancados em casa,
acabam por ser vitimas de pensamentos obsessivos intoleráveis, como o desejo de
machucar as pessoas mais próximas ou a si mesmo, desenvolvendo assim o medo dos
próprios pensamentos.
Utilizando o recurso da imaginação para
mudar as perspectivas e ver as coisas de forma diferente, é um exercício
excelente para vencer a ansiedade. Ficamos estressados porque olhamos somente
para o lado mais negativo das coisas. O erro está em dedicar toda a atenção
somente aos problemas, as coisas que não vão bem e em como corrigi-las. Esse
pensamento amplifica e tira espaço daquilo que te faz bem. Se conseguir desviar
e mudar o foco, vai conseguir mudar tudo. Ao invés de procurar soluções mais ou
menos distantes, experimente “estar aqui”, sem se cobrar algo. Olhe ao seu
redor. A mente vai se libertar e vai começar a perceber muitas pequenas
mudanças, muitas surpresas. São faíscas que reacendem forças que nem imaginava
possuir.
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