Quem nunca se sentiu ansioso antes de uma entrevista de emprego ou de uma
prova importante, por exemplo? O sentimento é comum e se justifica diante de
algumas circunstâncias. Porém, quando ele se torna exagerado e a ansiedade
ataca mesmo sem motivo, é preciso ficar alerta. Isso porque o transtorno de
ansiedade, como é conhecido esse quadro, pode levar a um problema muito maior:
a síndrome do pânico.
A síndrome é caracterizada pela sucessão repentina de crises de pânico, que
duram cerca de 10 minutos e apresentam pelo menos quatro dos seguintes
sintomas: palpitação, taquicardia, suor em excesso, tremor, náuseas, tontura,
falta de ar, medo de perder o controle e de morrer.
E, embora o problema seja mais comum em pessoas por volta dos 25 anos,
indivíduos de qualquer idade podem apresentar a síndrome, que não tem uma causa
específica. A hipótese é que a síndrome do pânico esteja relacionada a fatores
genéticos ou a disfunções neurológicas. A doença também pode estar associada a
algum trauma que a pessoa tenha sofrido. Ela pode se manifestar depois de um
assalto, roubo ou sequestro, por exemplo.
O grande agravante é que, depois das primeiras crises, é comum que a pessoa
comece a ficar com medo de ir a determinados lugares, que evite programas que
fazia antes, temendo um novo ataque. Na prática, isso significa dizer que
alguém que teve uma crise enquanto andava a pé, sozinho, pela rua, não andará
mais e que se a crise foi dentro do transporte público, ela provavelmente não o
utilizará mais. Com isso, quem tem a síndrome pode deixar de levar uma vida
normal e até passar a se isolar cada vez mais, o que só piora o quadro.
Daí a importância de se buscar acompanhamento médico tão logo apareçam os
primeiros sintomas. O tratamento para a síndrome do pânico inclui cuidar da
doença em si e dos problemas que podem estar associados a ela, como a depressão.
Para isso, normalmente são prescritos medicamentos antidepressivos e
ansiolíticos, e o paciente também é encaminhado à psicoterapia.
Mas a boa notícia é que a doença é completamente tratável e reversível.
Proteja quem você ama
Muita gente, por não conhecer os sintomas da doença, demora a buscar
tratamento ou até resiste em apoiar alguém próximo que está sofrendo com o
problema. No entanto, vale ressaltar que, embora os sintomas da síndrome do
pânico sejam psicológicos, a doença é real e causa muito sofrimento. Por isso,
se você conhece alguém que está passando por esse tipo de crise, o melhor é ser
compreensivo, dar carinho e incentivá-lo, sem fazer pressão, a buscar um
médico. Se possível, acompanhe-o durante as consultas. O apoio de pessoas
queridas é fundamental para que o paciente aceite a doença e tenha motivação
para procurar ajuda e se tratar.
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