Não? Você não é a única. Mesmo
livres, as mulheres se cobram cada vez mais pelo que não dão conta - o que só aumenta a pressão, a culpa e a busca
pela perfeição. Fazer as unhas, marcar reunião, agendar uma consulta,
ligar para a amiga, ir ao mercado, responder e-mails, comprar remédio, levar,
buscar e dar atenção aos filhos, ao marido, aos pais, fazer comida, ir à
academia, planejar as férias e comprar o presente de casamento da prima. As
listas feitas pelas mulheres, seja em post-its, iPhones ou num pedaço de papel
preso à geladeira, têm de tudo. O resultado, porém, não é uma rotina repleta de
satisfações, mas uma lembrança permanente de um cotidiano sem fim e um
sentimento de culpa por (claro!) não conseguirem dar conta daquilo que, num
delírio feminino coletivo, “teriam” que completar. Todos os dias. O desafio pra
todas é achar o equilíbrio entre o que gosta e o que precisa. Mesmo com o dia
tomado de atividades, precisamos nos prende ao que ainda não conseguimos
encaixar na agenda já lotada. A mulher moderna é a mulher elástica. As mulheres
passaram os últimos anos conquistando seus direitos e cargos e agora parecem
presas a essa liberdade, como se desistir, negar ou priorizar representasse certo
fracasso. A culpa faz parte mas, se tivermos claro que a cultura é assim, e não
nós, já lidaremos com isso de outra forma. É importante que esse sentimento, de
não conseguir ser a mulher elástica, não seja profundo e angustiante.
Precisamos aprender a dizer ‘ou’ em vez de ‘e’. Escolher não faz de ninguém uma
pessoa pior.
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