sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Chico Anysio dizia que tratamento psiquiátrico foi fundamental para enfrentar depressão



O humorista Chico Anysio sofria de depressão e disse que, se não fosse o tratamento psiquiátrico, não teria feito nem 20% do que fez em sua vida. A declaração foi feita em um vídeo gravado para o XXIX CBP para o lançamento da campanha “A Sociedade contra o Preconceito”.

Em tratamento há 24 anos com um psiquiatra, Chico Anysio afirmava que o tratamento para o seu caso foi vital e que o preconceito contra o doente mental e o psiquiatra é uma burrice: “Ir ao psiquiatra não significa que ele é doido. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. A depressão é uma coisa, a loucura é outra, com tratamentos diferentes”. Em um momento de descontração, o ator propôs que se mudasse o nome da especialidade que atende o doente mental por que a palavra psiquiatria ficou marcada como “médico que cuida de doido”.
O preconceito assim como a falta de atendimento ao doente mental, para o comediante, era um crime. “Se eu posso, se eu tenho meios de ajudar e curar uma pessoa e não faço isso, eu sou um criminoso. Isso é um crime. O governo tem esse dever, ele não tá fazendo favor nenhum em colocar os remédios ao alcance dos pobres, é obrigação. Ser pobre não é defeito, é uma infelicidade. Não ter dinheiro para o remédio é um absurdo”, ressaltou.
Sobre a depressão, Chico foi enfático: “a depressão é um demônio, é como um gás letal, ela entra e a pessoa não sente que esta deprimida. Os outros descobrem que ela está e ela tem que ir a um médico”. Para Chico Anysio, “ser psiquiatra é louvável por que a psiquiatria é um dos ramos mais complexos da medicina”.
Para um auditório lotado, Chico Anysio também falou sobre aquele que considera o único arrependimento de sua vida: ter fumado. “Sou do tempo que macho fuma. Os artistas de cinema incentivavam. Todos fumavam naquele tempo. Fumar era chique”, afirmou Chico, que morreu em decorrência de enfisema pulmonar. O comediante disse em vida que é muito importante o fato de a psiquiatria poder ajudar o fumante a se livrar do vício. “O meu grande mal não foi a depressão, foi o cigarro. O grande criminoso da minha vida foi o cigarro. A depressão, eu entendi o que era e puder pagar os remédios e o psiquiatra. Eu venci por que ela é vencível, é controlada. É só ir ao psiquiatra e tomar os remédios. Agora, se os psiquiatras também podem ajudar a se livrar do cigarro, então a psiquiatria é a rainha”, afirmou.
Dr. Leonard F. Verea – médico psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina e Cirurgia de Milão, Itália. Especializado em Medicina Psicossomática e Hipnose Dinâmica. Especialista em Medicina do Trabalho e Medicina do Tráfego. É membro de entidades nacionais e internacionais. Atua como diretor do Instituto Verea e da Unicap.
www.verea.com.br
11 5051 2055

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