segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Ansiedade e fim de ano





Para algumas pessoas, o período de festas que se aproxima com o final do ano pode ser algo que os deixa em uma situação complicada. Da mesma forma que pode trazer alegria e bons sentimentos, essa época pode, a reboque, trazer uma série de situações que contribuem para uma maior ansiedade e sensação de exaustão.

Nesta época, a maioria das pessoas faz um balanço do ano que passou e começa a planejar, mentalmente, como será o próximo ano. Isso sem contar os preparativos para uma data de viagens, encontros sociais, compromissos familiares ou com os amigos e a maratona de compras de presentes, tudo nas últimas semanas de um mês no qual os compromissos profissionais ainda estão acontecendo.

A somatória de situações que culminam no final do ano pode trazer algum desconforto para as pessoas de uma forma em geral, mas especialmente para os indivíduos naturalmente ansiosos. A rotina alterada radicalmente pode trazer desconforto, e a falta de um planejamento prévio transforma situações simples em desafios para o controle da ansiedade. Ou então, acontece dessas pessoas planejarem em excesso, começando os preparativos muito tempo antes e vivenciando o estresse adiantado.

Entre as situações que podem contribuir para essa ansiedade, pode estar um balanço negativo do ano que se passou a sensação de não ter alcançado metas profissionais, não ter um companheiro ou não ter cumprido alguma promessa importante feita a si mesma.

Questões relativas à família também são outra fonte de ansiedade. Seja pelo fato de se estar longe dos entes queridos, por questões diversas, ou então pelo contrário, o de não querer estar perto de um núcleo familiar que é obrigado a se encontrar por convenções sociais. Famílias desagregadas, por exemplo, e que acabam se encontrando na época de festas, trazem à tona vários sentimentos que foram deixados de lado durante o ano. As pessoas, então, têm de lidar com a frustração de não ter a família unida, ou de terem de passar as datas festivas com amigos.

De um jeito ou de outro, o enfrentamento dos sentimentos é inevitável. Natal e Ano Novo não são exatamente datas facultativas. É difícil fugir desses períodos. É preciso estar atento aos fatores de ansiedade e procurar contornar as situações que podem trazer algum estresse, respeitando a si mesmo em primeiro lugar. Outra coisa é planejamento, mas com parcimônia, sem perfeccionismos. É possível programar as compras de Natal algum tempo antes.

Mas não deixar de pensar em outras coisas. Fazer uma lista com prioridades do que tem de ser feito, raciocinar realisticamente e admitir que algumas coisas podem não ser feitas ou certos planos podem dar errado. As pessoas muito ansiosas têm dificuldades de se concentrar no tempo presente, estão sempre preocupadas com o futuro iminente. Acabam por não estar por inteiro em nenhuma situação. É preciso se conscientizar disso e relaxar, aproveitar o momento.

No caso das promessas de ano novo, a frustração também pode ser controlada. Primeiramente, não seja tão radical ou negativa no balanço do ano que se passou. Em segundo lugar, não estipule metas rígidas para o próximo ano. É preciso ter metas factíveis. E não é necessário que todas elas fiquem concentradas no primeiro mês do ano. As pessoas podem estabelecer metas em curto, médio e longo prazo. Isso por si só dá uma dimensão temporal às promessas de ano novo. Listar as promessas para o ano que se inicia e detalhá-las. Ao detalhar, é possível ter em mente os recursos necessários para cumprir essas metas. É economicamente viável? Depende só da pessoa ou envolve outros?

Tudo isso pode ser detalhado e alivia as tensões posteriores. Para os muito ansiosos, algo que não pode faltar, mesmo nessas datas, é uma rotina. Exercícios físicos, padrão de sono e alguns minutos para fazer algo que dê prazer a si mesmo, como conversar com alguém ou ler um capítulo de um livro, precisam continuar presentes na agenda de final de ano.

Outra dica importantíssima que pode aliviar as tensões e trazer um maior bem-estar para indivíduos que lidam com a ansiedade é fazer uso da palavra, que abre as portas da felicidade pessoal, muitas vezes: o “não”. Saber dizer não, especialmente nessas datas, é a melhor dica.

Os ansiosos tendem a acumular funções e atividades. O ‘não’ é um limite entre a felicidade e o excesso. É preciso assumir o que se pode fazer e deixar a perfeição de lado. A perfeição no Natal e no Ano Novo, afinal, está nos sentimentos e nos pequenos prazeres e felicidades que essas datas podem proporcionar, minuto a minuto, e não em reproduzir um cenário de comercial de TV. Portanto, relaxe.

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