quarta-feira, 20 de maio de 2015

Entender a ansiedade para administrá-la melhor

 
Se conseguir eliminar a palavra “porquê”, a ansiedade é eliminada facilmente.

A nossa mente inconsciente não se importa com as causas e os porquês das coisas, aliás, as enfrenta e as rejeita. Ela assume os fatos como eles se manifestam, no instante, no aqui e agora:  “Estou com ansiedade e me rendo a ela”, é a forma como a nossa mente lida bem com esse distúrbio.

A ansiedade é uma força que vem do profundo da nossa alma para nos mostrar tudo aquilo que poderíamos, tudo aquilo para que temos potencial, mas que não conseguimos porque não sabemos, não queremos nos libertar das amarras e nos deixar levar, tal qual as ondas do mar vão em direção à praia. Ansiedade é vida, toda aquela vida que o meu eu, a minha mente, não quer viver, não sabe viver. Dar espaço a esses distúrbios é se colocar complementar a si mesmo, é deixar que a energia se manifeste de dentro para fora, ao contrário do que acontece com os medicamentos, com os psicofarmácos. 

O medo nos deixa ansiosos

Todas as vezes que temos um desafio, em que vivemos uma situação nova e  que nos assusta, a tendência é resistir e, assim, desenvolver uma ansiedade cada vez maior: se pararmos para refletir, para aceitar essa situação assustadora, para entender do que se trata, para organizar os nossos recursos e poder organizar uma resposta adequada, a ansiedade deixa de existir, e a energia que ela produz vai ser aproveitada para a resposta e o sucesso.

Agindo dessa forma, aproveitamos também para nos conhecer um pouco mais, para entender as nossas limitações e para aprender algo mais sobre nós mesmos, para poder atingir cada vez melhor novos objetivos e desafios.

Devemos deixar de alimentar os fantasmas do passado, aceitar que não conhecemos o futuro que nos espera e aceitar de forma serena e tranquila o nosso presente, vivendo-o intensamente, nos tornando cada vez mais eficazes: não tenho futuro e não reconheço o meu passado!

É muito importante entender por que o mundo de hoje é ansioso

Vivemos projetados no futuro, nos fiscalizamos continuamente para saber como anda o nosso desempenho, vivemos de forma sempre mais controlada, e quanto mais nos controlamos, mais nos dizemos como temos que ser, como temos que fazer e cada vez mais alimentamos a ansiedade, a busca do domínio sobre nós mesmos, e isso se torna um processo cíclico que se autoalimenta.

Precisamos deixar de querer entender, precisamos nos deixar levar, confiar no nosso potencial e aumentá-lo cada vez mais, conforme nossa capacidade, sensibilidade e experiência. A ansiedade vencida é como o mar que continua livre, solto, que corre por baixo dos nossos pés, sem parar, sem ficar represado na lagoa dos nossos pensamentos.

Ser ansioso ou estar ansioso: muda muito

Vamos entender as diferenças. Frente a situações específicas, não experimentamos a ansiedade, mas estamos ansiosos”, ou seja, admitimos o estado de alerta e de preocupação como a forma natural de lidar com o que está acontecendo. Assim, uma entrevista de emprego, uma prova ou um encontro com alguém que nos interessa pode ativar a mesma reação, ou seja preocupação, medo, pensamentos catastróficos, ideias obsessivas, dúvidas, e também taquicardia, sudorese, diarreia...

Da mesma forma que a ansiedade patológica não é fruto somente de um simples desequilíbrio dos neurotransmissores, possui também a sua função e sua utilidade: quando aparece de forma aguda, mostra um conflito, um nó a ser desatado ou simplesmente uma sobrecarga emocional; se a ansiedade se fixa como um estado crônico, estamos nos deparando com um distúrbio que depende da forma como nos vivemos o nosso dia a dia.

O que nos torna ansiosos é exatamente aquilo que nos parece imutável, óbvio, normal e que, de fato, é um modelo da realidade artificial e arbitrária, que torna o fluir da energia um percurso acidentado.

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